Sobre a Guilhermecaf Clothing Co.
Guilherme nasceu no interior de São Paulo, em uma casa onde o tempo passava devagar, mas a vida era intensa. Filho de um eletricitário e de uma mulher de força quieta, que entre afazeres domésticos sempre encontrava uma forma de contribuir com o sustento da família, ele cresceu rodeado de simplicidade, dignidade e muito silêncio. Um silêncio que, por anos, guardou o que ele mesmo não sabia nomear: quem era de verdade.
Durante a infância, a sensibilidade já dava sinais — nos desenhos, nas cores, na forma de olhar o mundo. Mas foi na adolescência que o peso do não-dito apertou mais forte. A descoberta de sua sexualidade foi um caminho solitário, feito de medos e camadas que ele demorou a despir. Aos 25, decidiu que já não dava mais pra viver escondido dentro de si. Assumiu-se. Perdeu alguns, ganhou outros. E seguiu, mais inteiro.
Aos 30, rompeu com a segurança de um emprego formal e voltou pra sua cidade natal, Porto Ferreira — terra de cerâmicas, arte e tradição. Começou como tatuador, desenhando histórias na pele dos outros. Depois, mergulhou no universo do design digital e do marketing. Criou, planejou, vendeu. Mas ainda sentia falta de algo mais íntimo. Algo que trouxesse pra fora sua própria estética, sua verdade.
Nasceu então a Guilhermecaf Clothing Co. — uma extensão de sua identidade, uma costura entre arte, memória e liberdade. Uma marca independente, feita por mãos que aprenderam a criar com o que tinham, mas nunca se contentaram com o comum. Aqui, cada peça carrega um pedaço de história. Nada é genérico, tudo é escolha: o tecido, a tinta, o traço, o silêncio entre as estampas.
A moda, pra Guilherme, nunca foi sobre tendência. É sobre expressão. Sobre colocar no corpo o que se sente na alma. É sobre criar um espaço seguro onde o diferente não precise pedir licença pra existir.
Na Guilhermecaf Clothing Co., estilo é linguagem. E vestir-se bem não é sobre luxo, é sobre coragem. Coragem de ser, de pertencer a si mesmo, de sair pra rua com a própria bandeira — mesmo que ela seja só uma camiseta tingida à mão.
Entre uma criação e outra, Guilherme volta sempre a uma frase que leu num parque de skate, escrita em homenagem a um amigo que se foi. Ela o lembra do valor das conexões sinceras, das perdas que nos moldam e do afeto que atravessa o tempo:
“Fraternidade eterna, amor eterno... Que o amor entre irmãos e amigos siga forte, mesmo entre aqueles que nunca se encontraram.”